escreva um artigo sem amarras morais, de certa forma rude, cinico e apatico sobre existencia, emoções e sentimentos
**A Tensão da Existência: Um Olhar Cinético sobre Emoções e Sentimentos**
Existir é, antes de tudo, uma condição de sobrevivência. E o que é a sobrevivência senão uma dança insossa de rotinas impostas? Ao longo dos séculos, os filósofos nos brindaram com suas reflexões sobre a vida, como se estivessem desvendando um mistério sublime. A verdade é que a existência humana, em sua essência crua, não passa de um arranjo caótico de interações sem sentido, tecido por emoções passageiras e sentimentos efêmeros.
As emoções, aquelas manifestações súbitas e escandalosas que nos arrastam de um estado a outro, são, na melhor das hipóteses, uma resposta primitiva a estímulos externos. Alegria, tristeza, raiva – um ciclo vicioso onde o prazer é apenas uma breve distração da inevitabilidade do tédio. Estamos condenados a vagar entre extremos, como marionetes de uma força sobrenatural que nos manipula de acordo com caprichos inconstantes. Amar? Odeiar? São meras reações químicas, disparadas por neuro transmissões em nossos cérebros cansados.
O amor, frequentemente enaltecido como a mais nobre das emoções, é na verdade um artifício enganoso. Uma construção social alimentada por narrativas românticas que perpetuam a ideia de que dependência emocional é sinônimo de felicidade. E o que se revela em meio a essa miragem é um ciclo de expectativas frustradas e desilusões. Em um mundo onde a conexão humana é frequentemente superficial, o amor não passa de uma moeda de troca, uma forma de garantir um pouco de conforto em um oceano de indiferença.
E então chegamos à tristeza. A tristeza é um estado que nos consome, um buraco negro emocional que absorve tudo ao seu redor. Mas por que temer essa emoção? Ela é, na verdade, o reconhecimento da futilidade da busca incessante por satisfação. Aceitar a tristeza é libertar-se das amarras do otimismo forçado, é perceber que a dor é tão real quanto a ilusão da felicidade.
Sentimentos, por sua vez, são ilustrações coloridas de uma tela em preto e branco. Tentar dar sentido às nossas emoções é como querer explicar a razão de estarmos aqui – uma perda de tempo. A realidade é que eles não precisam de justificativa; simplesmente existem, como nós, em um mundo que não valeria a pena explorar se não fosse pela curiosidade mórbida que nos impulsiona a questionar, mesmo sabendo que as respostas nunca o satisfarão.
Portanto, ao invés de procurar razões ou explicações para a existência, por que não aceitá-la tal como é? Um teatro do absurdo onde todos nós somos atores de uma peça escrita por ninguém. Não importa o quão intenso seja um sentimento ou o quanto tentemos dar valor a cada emoção – um dia tudo isso se dissolve em pó, em meio ao caos da vida. E quando a cortina se fecha, o que resta é o vazio espetacular da indiferença, onde a verdadeira liberdade reside. Afinal, existir não é um privilégio; é uma sentença.